“Respirando e transpirando Antropologia”

A Antropologia a meu ver é uma ciência cheia de simbolismos, mas nesses simbolismos há todo um concretismo, uma lógica, que, nos permite enxergar e compreender o mundo sob "dois lados de uma mesma moeda". Existe o binômio estrutural de oposição e complemento... nossa vida é de oposições, mas que se complementam. Novos e fantásticos horizontes são abarcados. É um profundo mergulho no “self” e no Cosmo. Passamos a nos amar mais, holisticamente, e da mesma forma ao nosso próximo e vemos que o mundo apesar de todos os contrastes, vale à pena ser explorado, pois esses mesmos contrastes são os que tornam essa vida dinâmica e com sentido.

Muitas vezes me irritei por ser tão dual. Minha ignorância não me permitia compreender que o “equilíbrio” tão almejado advém do “desequilíbrio”. Não buscava a perfeição, porém, o controle das situações, sem perceber que o “caos” traria a “ordem”. Estamos tão condicionados ao “certo e ao errado”, ao “faça isso ou não faça isso”, que muitas vezes é extremamente árduo encontrar um mediador. Somos tendenciosos a exigir o “preto no branco”, o “pão, pão, queijo, queijo”. Da Matta, em sua obra O que é o Brasil, expõe sob outra ótica o dualismo, bem como o trinômio e seu “elemento mediador”, em “A rua, a casa e o trabalho”.

Por que “pegar pesado” consigo mesmo se é possível a flexibilidade? É preciso se atentar aos mediadores da vida e compreender que não existem “fracassos” – perdemos de um lado, mas ganhamos de outro. Nada é absoluto ou impossível. “Tudo é possível ao que crê”. Então, como Antropólogos, precisamos ir além, vencer nossas limitações, derrubar barreiras – respirar e transpirar Antropologia - se quisermos fazer a diferença. Como diz o ditado popular, “de grão em grão a galinha enche o papo” e a minha galinha, meus caros, é “dourada”. Sim, dourada. Para que falsa modéstia? Qual o problema em buscar o melhor, em procurar ser melhor, para melhor cooperar nesse imenso “formigueiro” que é o mundo?

Nosso trabalho parece de formiguinhas, mas lembremos que as formigas trabalham incansavelmente e no final, sempre têm suas provisões. O segredo disso? A união. Apesar de todas as diferenças, “somos todos um” e bem-aventurados àqueles que não só acreditam num futuro melhor, mas que contribuem para esse “Estado de bem-estar”comum.


Goiânia, 29 de Abril de 2008

Ma. Sylvia Gonçalves. Antropologia UCG.

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